Corporação admite que “está com problema no contrato” e tenta resolver o caso junto ao Tribunal de Contas do DF

PM problemas contratoOs rádios usados pela Polícia Militar não funcionam em várias regiões do Distrito Federal. A corporação não tem contrato de manutenção. O Tribunal de Contas (TCDF) analisa o caso. Os equipamentos servem precisamente para dar maior agilidade ao atendimento de ocorrências e aos pedidos de socorro da população. O problema ficou mais grave após um raio ter atingido uma das antenas de Ceilândia. Ficou danificada devido à descarga elétrica.

Para além de Ceilândia, há registros de falta de comunicação com o 190 (central de emergência: Planaltina, Paranoá, Brazlândia e Sobradinho). Segundo policiais que pediram para não serem identificados, sem o serviço a população fica mais vulnerável à bandidagem. As ocorrências nem chegam a ser atendidas em alguns casos.

“As viaturas das ruas não conseguem comunicar com o Ciad (Centro de Informação e de Administração de Dados). Precisam de ligar ao quartel e, tentar repassar a situação. De seguida, tentam contatar com as viaturas. É uma porcaria. Para completar, essas unidades estão sem telefone porque a internet também não funciona.” – Policial militar do DF

Segundo relatos de outros militares, a falta de estrutura é um empecilho para a execução do trabalho na prevenção e no combate à criminalidade. Em março, o Metrópoles mostrou que as viaturas da corporação estavam limitadas a rodar apenas 40 quilômetros em função de problemas no contrato de fornecimento de gasolina.

 

O outro lado

Em relação à falta de manutenção, a PM admitiu ter “problemas no contrato”. Tenta resolver o caso juntamente com o Tribunal de Contas do DF. A força destacou que “no processo licitatório não há qualquer irregularidade por parte da corporação”.

“Uma das interessadas em concorrer ao pregão, entrou com recurso”, resumiu a nota. No entanto, há questionamentos no processo sobre a capacidade técnica da empresa vencedora para a execução do serviço. Em relação aos atendimentos à comunidade, a corporação informou que as demandas são passadas via telefone aos policiais. Não citou problemas no meio de comunicação.

Conforme a PM, a empresa reclamante perdeu todos os recursos. “Resta aguardar o parecer do Tribunal de Contas para saber se a corporação poderá contratar a empresa vencedora da licitação”.

 

Modernização

Em 2015, o governo do DF divulgou que em dezembro desse mesmo ano, iria concluir um projeto de modernização da rede de informações de segurança pública. O sistema era para funcionar de forma semelhante ao das polícias de elite dos Estados Unidos, da Europa e do Japão.

O objetivo era integrar os serviços de telefonia via internet, acesso rápido à web e comunicação por rádio digital, independentemente se fossem áreas urbanas ou rurais. Os investimentos previstos eram de R$ 115 milhões  (desses, R$ 110 milhões já haviam sido pagos em 2015), com recursos do governo do Distrito Federal e do Fundo Constitucional.

A  Polícia Militar informou ao Metrópoles que a infraestrutura de comunicação de dados e de radiocomunicações para atendimento de suas demandas administrativas e operacionais já foi instalada, bem como o acesso à internet pelas unidades policiais, serviços digitais e de telefonia.

De acordo com a PM, cerca de 75% da infraestrutura de comunicação digital está implementada e, cobre 100% da área urbana do Distrito Federal.

 

Investigação

As licitações realizadas nos últimos anos pela PM, entraram na mira do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Investigações apontam que o coronel Francisco Eronildo Feitosa Rodrigues, ex-chefe do Departamento de Logística e Finanças (DLF), era o líder de uma organização criminosa. Esta era especializada em cobrar propina para fraudar contratos públicos.

As autoridades trabalham para identificar irregularidades. Feitosa foi preso na Operação Mamon (novembro de 2017), mas foi solto neste ano e entrou para a reserva.

 

Fonte: Metrópoles

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