“Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele

se dispõe para a gente é no meio da travessia”.

Guimarães Rosa

A sociedade da informação vem mudando o modo das pessoas se relacionarem com a vida. Em decorrência desse fenômeno que tornou possível pessoas de todo o mundo estarem conectadas instantaneamente, novas maneiras de obter bens e serviços também se tornaram realidade.

Sendo o ser humano geralmente, avesso a mudanças ao longo da história, todas as inovações, sem exceção, sempre foram objeto de resistência e desconfiança, principalmente por parte daqueles que em face da mudança eram obrigados a se “reinventarem” para se adaptarem aos novos tempos.

A história também registra que as novas tecnologias sempre prevaleceram sobre o pensamento velho e pragmático contrário às mudanças. Por que a tecnologia sempre vence? Porque a tecnologia, do grego “techne”, se traduz pela arte da superação pela técnica. Por conta disso, proporciona às pessoas fazerem as mesmas coisas de um modo mais prático, eficiente e barato. Fora isso, a tecnologia tem dois aliados de peso a seu favor: o tempo e a razão.

Em face disso, ouso pensar que vivemos em um tempo transcendência nos obrigando a nos despojamos daquilo que até deu certo num determinado momento, e nos covida a nos lançármos ao desconhecido. É uma travessia que requer cuidado, mas temos que fazê-la.

Convergência Digital, estrada para o futuroContextualizando esses acontecimentos com o cotidiano das empresas de radiocomunicação comercial do Brasil, entendo que o advento da Convergência Digital, nos impõem que empreguemos uma dose extra de dinamismo e criatividade no sentido de criar novos modelos de negócios e novas maneiras de encantar nosso cliente final, razão de ser de toda a nossa cadeia produtiva.

Claro está que a mudança de comportamento do cliente, exige que mudemos nosso modo de nos comunicar e relacionar, para que mantenhamos a sintonia com as demandas do mercado que é extremamente rico e diversificado quanto a nichos (mercados verticais) que nos facultam a possibilidade de criarmos soluções cada vez mais completas e customizadas as necessidades dos clientes.

Que há incontáveis desafios a serem superados, disso não tenho dúvida. Mas tenho plena certeza que muito maior que os desafios são as possibilidades de sucesso, especialmente no ambiente de altíssima interoperabilidade com diversas plataformas informacionais que o protocolo universal TCP/IP nos oferece.

A radiocomunicação existe há quase 120 anos. E o motivo dessa inigualável longevidade deve-se ao fato de até hoje nenhum meio de comunicação ser mais confiável, disponível e resiliente que a radiocomunicação. Por conta disso, há mais de um século tem sido a base da comunicação dos sistemas mais críticos do mundo, seja na área militar ou de segurança pública, seja na área civil, suportando atividades no mais hostis ambientes do planeta, ora na aviação a milhares de metros de altitude, ora no fundo dos oceanos, apoiando operações críticas em momentos que não pode haver sequer uma única falha.

Em sendo assim, penso que esta é a principal características que devemos explorar para sermos bem sucedidos no processo de ampliação do portfólio de tecnologia da informação e comunicação, tema sob o qual muitos de nossos empresários se debruçam nos dias hodiernos. Para tanto é necessário nos reposicionarmos no mercado como empresas de soluções em TIC, de modo a inserir a radiocomunicação como centro das soluções de comunicação crítica no mercado corporativo público e privado, lugar que o Tempo (que é Rei) nos consagrou na travessia das décadas.

Acredito veementemente que essas características, confiabilidade-resiliência-disponibilidade, conjugadas com outras aplicações baseadas em Internet Protocol, de automação, CFTV, softwares de gerenciamento, dentre tantas outras infinitas possibilidades, pavimentarão e desenharão o futuro de nosso empresariado para o que virá a ser, e, em grande parte já é hoje: o Futuro.

AERBRAS