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SÃO PAULO

Derrotada pela Telefónica na disputa para a aquisição da GVT, a Telecom Italia parece ter ficado vulnerável. Caso a empresa seja absorvida em consórcio de concorrentes brasileiras, ou adquirida por algum player internacional, o fracionamento da TIM poderá aumentar ainda mais a concentração no mercado interno. 

O cenário, por conta disso, não foi bem recebido pelas operadoras que atendem clientes na seara corporativa, como os da Associação Brasileira das Empresas de Radiocomunicação (Aerbras). Formada por operadoras de menor porte, que prestam serviços exclusivamente ao setor empresarial, a entidade indica que o horizonte para o setor de telecom, no País, agora fica complicado. O vice-presidente da entidade, Dane Avanzi, afirma que essa possível concentração de mercado, resultado do fracionamento da TIM Brasil, não seria bom por conta da concorrência. Esta ficaria ainda menor do que no atual cenário. 

Além de prejudicar o atendimento específico aos clientes empresariais, consumidores finais teriam menos opções de serviços, com preços, segundo Avanzi, naturalmente mais altos. “Não temos um horizonte muito bom, porque o modelo que a Anatel escolheu é composto somente por grandes players.” 

Avanzi indica ainda que as operadoras deveriam ter atuação mais local e regional no mercado nacional, como nos casos das teles CTBC (MG) e Sercomtel (PR). Apenas assim seria possível aumentar a penetração do serviço de telefonia móvel nas regiões mais afastadas do País. Ao cogitar uma possível venda envolvendo a TIM, o especialista completa que é preciso haver mais concorrentes internacionais, que hoje se interessam por uma atuação local. 

Aquisição da GVT 

Na última semana, o grupo Telefónica, proprietário da Telefônica Vivo, indicou que vai se desfazer de sua participação acionária na Telecom Italia, assim que concluir o processo de compra da operadora brasileira GVT, propriedade do grupo de mídia francês Vivendi. 

De acordo com a Agência Reuters, a informação foi divulgada pelo presidente do conselho da espanhola, César Alierta. A relação azedou entre Telecom Italia e Telefónica – sua maior acionista na Europa -, porque as duas disputavam o ativo da Vivendi e, no fim da última semana, os franceses decidiram negociar exclusivamente com a dona da Vivo. 

Pela quantia de 7,5 bilhões de euros, a venda da GVT foi acertada na última sexta-feira e a infraestrutura será absorvida pela Vivo até o final de 2015. A aquisição pode transformar a TIM europeia e seu braço brasileiro, TIM Participações (ou TIM Brasil), que devem ser negociadas no País, ou por um player como a europeia Vodafone ou as americanas Spring e Verizon, com planos de ingressar no mercado latino, a começar pelo Brasil. Os interessados pela aquisição deverão desembolsar cerca de R$ 35 bilhões. 

Fonte:  http://www.dci.com.br/

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